Há que dizer que o Livre se está a pôr a jeito. Quando, no comunicado «Sobre o voto de condenação à agressão israelita a Gaza», diz que o voto de Joacine Katar Moreira «não refle[c]te as tomadas de posição oficiais do partido», enterra-se. Afirmar que Joacine «não reflecte» é uma óbvia crítica à sua cor da pele, que por ser negra não reflecte a luz. Pelo menos, é esse o sentido que as pessoas vão dar. Não as pessoas normais, que sabem interpretar um texto, mas as pessoas com a mania da perseguição, que vivem a policiar a linguagem à procura de discurso de ódio.
José Quintela, «A Farsa de Gaza», in Observador, 26/XI/19.
Um estaminé ao pontapé, Livre partido, 2019.